Teve início nesta segunda-feira (23) a campanha de vacinação contra a gripe, que irá até 22 de maio. Na primeira etapa, o público-alvo serão idosos e profissionais da saúde, que somam 159 mil pessoas nos 22 municípios da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Em Pelotas, os 18,9 mil profissionais de saúde receberão a vacina nesta segunda e terça. A partir de quarta-feira, os mais de 47 mil idosos do município passarão a ser imunizados, e contarão com pontos exclusivos e a possibilidade de agendamento, em caso de impossibilidade de locomoção. A campanha, que originalmente aconteceria na segunda quinzena de abril, foi antecipada pelo Ministério da Saúde, em decorrência dos casos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. No total, 75 milhões de doses serão distribuídas em todo o Brasil.

De acordo com a secretária de Saúde de Pelotas, Roberta Paganini, o município recebeu 20 mil doses da vacina até o momento. Com isso, ela explica que, nos dois primeiros dias de campanha, somente os profissionais de saúde serão vacinados. “Como essa não é uma vacina para coronavírus, essa é uma vacina para o H1N1, a gente tem que evitar de todas as formas o adoecimento dos nossos profissionais de saúde”, afirma Roberta, ressaltando o trabalho desenvolvido por estes durante a pandemia. Dessa forma, a partir de quarta, a imunização será feita em idosos, que contarão com locais exclusivos para receber a imunização. Segundo Roberta, esses pontos serão divulgados ainda nesta segunda-feira. A enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Rita de Cássia Carvalho, aponta que os idosos impossibilitados de se locomoverem também poderão solicitar um agendamento para receber a vacina. A aplicação será feita por uma equipe volante em residências e casas geriátricas. “Nossa prioridade são os idosos e os trabalhadores de saúde”, concluiu a enfermeira.

A segunda etapa da campanha terá início em 16 de abril, com foco na imunização de professores, profissionais de forças de segurança e salvamento. Na última etapa, que terá início em 9 de maio, Dia D de Vacinação, será a vez de crianças de seis meses a menores de seis anos (cinco anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, povos indígenas, maiores de 55 anos, pessoas com deficiência, jovens entre 12 e 21 anos em medidas socioeducativas e pessoas privadas de liberdade.

159 mil pessoas na região
Conforme Cláudia Berardi, membro do setor de imunizações da 3ª CRS, quase 159 mil pessoas estão dentro do público-alvo da primeira etapa, sendo 30 mil profissionais de saúde e 129 mil idosos, nos 22 municípios da CRS. Entre as orientações repassadas aos secretários municipais, está a aplicação das vacinas em idosos em domicílios ou locais abertos. Ela lembra que a maior parte das pessoas que procuram ser vacinadas é sadia, por isso é necessário que as pessoas circulem o mínimo possível. “Não convém que as pessoas se exponham”, afirma. Outras recomendações também preveem que haja a presença de um profissional exclusivo para as salas de vacinação, além do fornecimento e utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Na última quinta-feira, 50 mil doses da vacina foram recebidas pela 3ª CRS e já foram distribuídas entre os municípios. A previsão é de que uma nova remessa, com 29 mil, chegue na próxima quarta-feira. Cláudia ressalta que a vacina protege somente contra o Influenza e pode evitar complicações da doença aos públicos mais vulneráveis, que podem ser potencializadas caso a pessoa também contraia a Covid-19. “Essas complicações podem ser piores em quem não tomou a vacina”, afirma.

Intensificação de cuidados
O Asilo de Mendigos é um dos locais que receberão doses da vacina para imunizar os 96 moradores do local. A responsável técnica, Anna Casalinho, conta que também já foram efetuadas ações de prevenção, seguindo orientações de órgãos estaduais, como o afastamento das camas e a utilização de EPIs. Desde ontem, as visitas, que já estavam restritas somente aos familiares, foram proibidas também para outros grupos, como amigos e voluntários. Nesse sentido, o desenvolvimento de jogos e histórias, por exemplo, são apontados como alternativas para preencher o tempo dos moradores. “O mais difícil é a relação com o familiar”, aponta. Além disso, também há o fornecimento de informações visíveis à comunidade externa e para os moradores do local sobre a Covid-19, como a necessidade de lavar as mãos frequentemente. No asilo, também houve a criação de um leito, em local mais afastado, destinado a receber um possível caso da doença.